terça-feira, 21 de agosto de 2012

O caderno secreto de Descartes

       René Descartes (1596-1650) é considerado o pai da matemática moderna. Ao seu gênio devemos a Geometria Analítica, fusão da Álgebra com a Geometria Espacial. Os aparelhos equipados com GPS, que permitem localizar algo ou alguém em qualquer lugar do mundo, já faz parte do nosso cotidiano. Poucos sabem que tais aparelhos só se tornaram possíveis com o uso de um sistema de coordenadas, criadas no século 17, por Descartes: um sistema de linhas paralelas que se entrecruzam em duas ou mais direções, permitindo-nos descrever numericamente a posição de um ponto no espaço. 

       Hoje tudo isto parece muito simples, fácil e até trivial, mas, de qualquer forma a léguas de distância da trajetória de vida deste filósofo que, segundo as mais recentes sondagens, foi tão conturbada quanto misteriosa. Foi muito provável o envolvimento de Descartes não apenas com a simbologia ocultista dos rosa-crucianistas, mas também com a linguagem da alquimia e da filosofia libertina seiscentistas. Quanto a isto, nada a estranhar: tratava-se de uma época onde ocultismo, magia e ciência não eram percebidas como áreas diferentes ou separadas. 

       Amir Aczel revela que Descartes escondeu um caderno e usou fórmulas herméticas porque ele sabia que a conexão direta entre os sólidos regulares da antiga geometria grega e o modelo cosmológico kepleriano faria com que seu trabalho fosse visto como um apoio à proibida teoria copernicana. Em resumo, ele foi compelido a esconder seu trabalho por medo da fogueira da Inquisição, ainda forte e ameaçadora no início do século 17. Muito do que se sabe sobre tal caderno vem de cópias feitas pelo também matemático Gottfried Wilhelm Leibniz, que também decifrou muitos códigos. Seria a partir desses escritos que ele teria desenvolvido o Cálculo Diferencial e Integral?
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