
Hoje tudo isto parece muito simples, fácil e até trivial, mas, de qualquer forma a léguas de distância da trajetória de vida deste filósofo que, segundo as mais recentes sondagens, foi tão conturbada quanto misteriosa. Foi muito provável o envolvimento de Descartes não apenas com a simbologia ocultista dos rosa-crucianistas, mas também com a linguagem da alquimia e da filosofia libertina seiscentistas. Quanto a isto, nada a estranhar: tratava-se de uma época onde ocultismo, magia e ciência não eram percebidas como áreas diferentes ou separadas.
Amir Aczel revela que Descartes escondeu um caderno e usou fórmulas herméticas porque ele sabia que a conexão direta entre os sólidos regulares da antiga geometria grega e o modelo cosmológico kepleriano faria com que seu trabalho fosse visto como um apoio à proibida teoria copernicana. Em resumo, ele foi compelido a esconder seu trabalho por medo da fogueira da Inquisição, ainda forte e ameaçadora no início do século 17. Muito do que se sabe sobre tal caderno vem de cópias feitas pelo também matemático Gottfried Wilhelm Leibniz, que também decifrou muitos códigos. Seria a partir desses escritos que ele teria desenvolvido o Cálculo Diferencial e Integral?