domingo, 13 de novembro de 2011

Conclusões “científicas”



Toda teoria tem um “corpo”, uma metafísica de fundo. Muitas delas não possuem consistências epistêmicas, com imensas falhas estruturais. Na verdade, nenhuma teoria científica é perfeita ou completa: elas são verossímeis. O grau de verossimilhança é que valida a teoria. Esta deve explicar os fenômenos com um grau de precisão apreciável e, sobretudo fazer projeções o mais próximo possível da realidade. 

Até que surja uma teoria melhor, a anterior deve permanecer. Como numa competição, as teorias mais “aptas” tendem a “sobreviver”, pois é a mais bem adaptada, ao passo que a menos adaptada é suprimida. Nessa quebra de braço teórica, a seleção natural faz com que a “mais forte” sobreviva. Esse é o enredo que foi utilizado por Karl Popper, que aproveitando os moldes da teoria da Evolução, empregou-a no modo como sobrevivem as teorias.


Analogias à parte, o que vemos hoje é cada vez mais distante desse quadro. A mídia possui um papel importante nesse aspecto. As “massas” são constantemente bombardeadas por uma informação unilateral, que muitas vezes expressam a visão de uma emissora. Os repórteres não são pagos para dizer a verdade, mas o que seus patrões dizem ser a verdade. A verdade é imparcial, não tem preferências ou privilegia uma teoria em detrimento das demais.


Muitas reportagens possuem um estilo tendencioso, para não dizer manipulador. A superficialidade é evidente.


Imagina uma matéria intitulada: “A ciência afirma: não há vida fora da Terra...” É apenas um exemplo. Qual o erro aqui? É que nenhuma pessoa tem o direito de dizer: “A CIÊNCIA AFIRMA QUE...” A ciência não tem um QG! Ela ainda é um prédio em construção. O que existe são opiniões de alguns cientistas que trabalham numa determinada linha de pesquisa. Pessoas fazem afirmações baseadas em pressupostos. O mais correto seria dizer: “UM GRUPO DE CIENTISTAS CONCLUIU QUE...” 

Ou seja, eles podem chegar a conclusões, baseadas num corpo teórico, mas seu ponto de vista não é um ultimato da ciência. Por favor, não seja um fantoche da mídia. Veja o modo como te passam as informações, verifique as fontes, as teorias envolvidas, os repórteres, as entidades que financiam as pesquisas. Tudo isso é de vital importância. 

Você já deve ter encontrado alguém no seu dia a dia, falar de uma reportagem como se fosse a verdade absoluta. Preocupo-me com isso, pois como cientista, não quero ser incluído no rol dos dissimulados. 



Espanto-me com a facilidade com que as pessoas aceitam o que os veículos de informação divulgam. Não estou a criticar as pessoas, mas pretendo alertá-las desse fato. Em parte, eu entendo o porquê disso. Entre tantos fatores temos a cultura, o modo como nós fomos instruídos. Cá entre nós, a gente tem uma tendência de confiar nos cientistas, nos políticos, nos técnicos, não é verdade? 



Mas cientistas são pessoas, sujeitas a erros e não sabem de tudo. Ainda por cima, existem as fraudes. Cientistas inescrupulosos que trabalham para instituições manipulam dados e pesquisas (ver link abaixo). É por essa razão que muitas pessoas não dão crédito à ciência, pois num dia se divulga uma coisa e depois outra. Ovos fazem mal? Café faz mal? Existem OVNIS? E o Aquecimento Global? Nas palavras de Feynman: “não existem teorias feias ou bonitas, o que existe são teorias verdadeiras.” 

Veja mais na página http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2984274-EI8147,00.html


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