sábado, 17 de dezembro de 2011

UM SÉRIO POBREMA




       É isso mesmo, você não leu errado. É 'POBREMA' mesmo. Você já percebeu como as pessoas reagem diante das outras que escrevem ou falam incorretamente? É zombaria geral, não é mesmo? A pessoa é logo taxada como "burra", ignorante. Se alguém erra uma palavra ou uma simples pronúncia, logo aparece alguém para corrigir o “sacrilégio” linguístico. Vêem-se risinhos sarcásticos e uma postura de subestimação diante do "IGNORANTE". Erros em português (ou em Língua Portuguesa) são imperdoáveis.



       No entanto, quando se cometem erros grosseiros e execráveis em Matemática, ninguém é tido por "burro" ou "semi-analfabeto". As pessoas acham bem “NORMAL” ser incorretos nas ciências exatas.
      
        Ah, mas é bem diferente... podem argumentar. Não é mesmo! O analfabetismo matemático é um câncer maligno, fruto de uma cultura obsoleta e de terceiro mundo subdesenvolvido. Como todo câncer se alastra, de quebra esse comportamento infesta outras matérias, como Física, Química e Biologia.

    Sem querer, muita gente acaba incorporando esse comportamento, que de tão comum acaba ficando banal. Veja um diálogo comum entre alunos:


─ Tirei 2.0 em Matemática!


─ Besteira... Fulano tirou 1.0 e Cicrano tirou zero. Normal... Como a turma tá toda ferrada, o professor passa pesquisa...


─ Ah, mas teve gente que tirou 10.0!


─ Só pode ser um doido, né? Deve ter sido aquele nerd de óculos que senta na frente... puxa-saco do professor! Nem namorada tem...



       Se for uma garota que conseguir a nota 10, no mínimo vão acusá-la de ter um caso com o professor...      

       Estou mentindo? Exagerando? Eu não sou um monstro... eu ‘mando a real’. Mesmo nas universidades essa mentalidade predomina.


       A Matemática nada mais é que uma linguagem, como qualquer outra. Ela tem padrões, regras bem fundamentadas. É uma bela coleção de símbolos. Não é e nunca será NORMAL cometer erros grotescos em Matemática. Se alguém se acomodou com a normalidade dos seus erros, dificilmente evoluirá sua inteligência multifocal.  

      Um bilhão de vezes piorado do que um erro em Português é um erro de cálculo, pois este pode ser um erro fatal. Imagine um engenheiro que errar um cálculo na construção de um prédio, de um navio, de uma aeronave, de um brinquedo de parque de diversões... Erros, todos nós cometemos, infelizmente. Achar que é normal cometê-los é onde reside o problema. 
Clique AQUI e veja alguns destes erros.



     Não estou a defender a Matemática. Estou a mostrar que muitas pessoas podem ser analfabetos que zombam de outros [O popular: "macaco que não olha para o próprio rabo"]. Não estou a criticar se você foi ou não um bom aluno, ou se sabe ou não Matemática. Sou consciente que posso ser um verdadeiro analfabeto em diversas áreas, mas não zombo dos outros e nem acho normal errar e negligenciar o que é essencial na vida. Esse é o ponto da questão. 

       Se você não zomba das pessoas que tem um nível de instrução precário, com certeza está me entendendo e não se sentirá ressentido de ler esse artigo. É bom saber que nem todos estão com o discernimento afetado.


       O ponto central aqui é a acomodação e isto é uma desgraça (sem exagero), pois tornam os alunos prisioneiros em suas mentes. O resultado disso é que as pessoas, por achar normal errar, nunca vão buscar fazer o certo, nunca vão evoluir. Afinal, ninguém zomba de um “analfa” em Matemática. Ninguém só não quer ser ingual ao seu Creysson, né?



       Quem é o culpado disso tudo?


       Sempre procuramos culpados. É o sistema. Que sistema é esse? O modo como os governantes tratam da Educação. A Educação não é prioridade nesse país, assim como a saúde e a segurança pública. Professores, alunos e demais profissionais dessas áreas são heróis. Sobreviver a esse sistema é heroísmo.





       O Governo sozinho não é culpado. É uma questão cultural também. Os cidadãos precisam fazer sua parte nesse processo. Os pais devem incentivar seus filhos, os alunos precisam ter interesse no aprendizado. Os professores devem ser educadores e os profissionais de conselho de Educação devem ter metas definidas e adequadas à realidade de cada unidade escolar.

          Países de primeiro mundo são elites em tecnologia de ponta. As pessoas crescem num ambiente propício a desenvolver uma mentalidade mais expansiva. Todos estão envolvidos corpo e alma no processo. Claro, eles não perfeitos e tem problemas... falo da mentalidade que prevalece nessas culturas.

       As ciências exatas são uma base para os jovens que irão empreender futuras carreiras de sucesso, em especial nas engenharias (civil, química, ambiental, materiais, aeronáutica, etc.) e nas demais áreas técnicas. As ciências exatas são levadas muito a sério e elevadas ao seu verdadeiro patamar nesse tipo de cultura.


       Nesses países, as pessoas são incentivadas. O investimento é maciço em Educação. Desde o maternal à pós-graduação, o indivíduo é estimulado ao mais alto grau de excelência profissional. Sem contar que as multinacionais estrangeiras são parceiras de projetos nas universidades.  Talentos em potencial recebem incentivos financeiros e estágios remunerados dessas empresas. [Dá uma pontinha de inveja, não dá?].


       O Brasil tem condições de atingir um grau mais elevado na Educação. Falta dinheiro? Não! Ele é mal administrado, mal distribuído. Ele é usado de forma errada. Ele é roubado, enfim. Os programas educacionais melhoraram, mas ainda temos muito a avançar. 


       O que fazer, então?


       Lutar, vencer, não se conformar com o sistema. Isso vale para todos: professores, profissionais em geral e alunos. Nada está perdido quando buscamos nosso crescimento. Incentivar as pessoas à mudança para uma nova postura já é um passo significativo. 

       O Brasil está com um sério déficit de mão de obra qualificada e muitas vezes as empresas se vêem obrigadas a importar capital intelectual de outros países. Isso porque faltam profissionais nas áreas de ciência e tecnologia. De que adianta o país investir num setor e negligenciar outro? Precisamos de profissionais da nossa terra e não de gente de fora. O desenvolvimento da nação está ligada ao de seus cidadãos.

        Vamos mudar nossa perspectiva das coisas. Não iremos mudar o mundo, mas criaremos a maior revolução de todas: a transformação do nosso próprio pensamento.


Obrigádio e até lóguio!!!!!
 

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